ARTUR FRANÇA
( Minas Gerais – Brasil )
Nasceu em Diamantina, MG. Celso Brant disse que os poemas que nos legou bastam para incluí-lo entre os melhores líricos, entre os mais puros intérpretes da nossa sensibilidade.
Foi patrono da cadeira no. 2 da Academia Mineira de Letras.
SANTOS, Diva Ruas. Antologia da Poesia Mineira. Belo Horizonte: Ed. Cuatiara, 1992. 192 p. Capa e montagem Maxs Portes. Editora: Diva Ruas Santos - Apresentação: Alberto Barroca.
Ex. bibl. Antonio Miranda
POESIA MÍSTICA E RELIGIOSA
Imagem: https://www.divinoimpressos.com.br/santinhos
NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO
Ó Mãe! Eu sei que o teu perdão é certo
E o teu amor intérmino, infinito...
E todo pobre e mísero proscrito
Faz jus a ser de tua luz coberto!
ET eu, que, éxul, vivo neste atroz deserto,
Qual se dos crentes fosse o mais contrito,
Genuflexo, a teus pés, imploro, aflito,
Ó Mãe! Guia-me o passo errante e incerto!
Verte em minha alma a luz de teu celeste
Olhar, que o azul do firmamento veste,
E das estrelas todo o excelso brilho!
Acolhe a minha lágrima pungente,
Pois, se as mães têm uma alma que ama e sete,
Senhora, és mãe, e eu sou também teu filho!
Ou talvez um colar de imensas pérolas
Dos dois polos atados nos extremos,
Prendendo o manto azul brilhante em chamas
De um céu que nós não vemos.
E quem sabe? talvez são gotas límpidas
De cataratas puras, cristalinas,
Rolando em mar de luz entre montanhas
De nuvens argentinas.
Oh! Quem pudera um dia a nota aérea
De incessante harmonia dos planetas
Decifrar, e o mistério do infinito,
Transpondo as suas metas?
Por mais que o homem seu olhar afunde
Na imensidão do céu, no ermo espaço,
Nunca pode a razão mesquinha e fraca
Quebrar seu férreo laço.
Apenas seu olha, cansado e trêmulo,
Pode, insano, fitar a terra e os céus,
E ler nesse poema de mistérios
O nome de seu Deus.
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Página publicada em agosto de 2022
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